Um dos meus lugares preferidos em Munique no verão fica coladinho ao rio Isar. Com 4,17 km², o Englischer Garten é um parque urbano gigantesco! – o Central Park de Nova Iorque tem 3,4 km² por exemplo -, o sul do parque começa na parte central da cidade e ele se estende até a parte norte, quase na Allianz Arena. E com esse tamanho todo surge um monte de dúvidas na hora de planejar uma visita pra lá: quanto tempo é preciso para conhecer? O que não dá para perder lá? Por onde chegar já que o lugar é tão grande?
Em primeiro lugar, é importante aceitar que você não vai (e nem precisa) conhecer tudo em um dia. Você teria que andar muito, seria cansativo, não aproveitaria o parque e passaria por lugares não tão interessantes assim. Não vale a pena. Vou deixar aqui um roteiro de como eu gostaria de conhecer o Englischer Garten se estivesse em Munique a passeio, explicando um pouco sobre alguns pontos do parque para que você decida o que quer ver por lá!
Chegar pela estação de metrô Odeonsplatz (linhas U3, U6, U4 e U5) tem as suas vantagens: você entra no Englischer Garten atravessando o Hofgarten – que é lindo! -, e pode observar a maravilhosa arquitetura da Bayerische Staatskanzlei (Chancelaria do Estado da Bavária) no caminho.
Ao passar a Chancelaria eu atravessaria a rua Franz-Josef-Strauß-Ring e caminharia até o primeiro ponto já no Englischer Garten, a Eisbachwelle. Esse é, talvez, um dos lugares mais curiosos de Munique – que fica a mais de 500km do mar -, já que nesse ponto do rio há uma onda na qual se pode surfar! É bem curioso e diferente para quem está acostumado a observar o surfe no mar.
Dali, entrando no Englischer Garten por trás da Haus der Kunst, pode-se continuar o passeio observando a Japanisches Teehaus, uma casinha de chá japonesa. Ela abre em poucas datas no ano para demonstrações aos visitantes, que duram em torno de 1 hora e custam 8 euros. Não posso falar sobre essa visitação, porque nunca fiz, mas mesmo sem poder visitá-la, essa parte do parque é bem charmosa: o rio, o gramadinho nas margens e as pessoas sentadas lendo, desenhando, fazendo piquenique.
Seguindo em frente, resistindo à tentação de virar à esquerda quando ver os gramadões movimentados (eles vêm em seguida!), há uma ponte com vista para a Schwabinger Wasserfall, uma cachoeira onde muita gente se banha no verão. Além dessa, há ainda outra ponte interessante para observar como os muniquenses e turistas se divertem no rio. Ela fica um pouco mais em frente à direita, e por debaixo dela passam aqueles que têm coragem de enfrentar a água gelada do rio. É muito divertido vê-los se deixando levar pela correnteza passando por debaixo da ponte ou se refrescando na cachoeira.
Agora sim, o lugar mais movimentado do parque: os gramados onde turistas e moradores se misturam para pegar sol, fazer piquenique, praticar esportes. Caminhando pela margem esquerda do rio é possível observar: o Schönfeldwiese à esquerda, onde é permitido o nudismo, e o Carl-Theodor-Wiese à direita, o ponto mais lotado do parque!
Ao caminhar por ali, o Monopteros chama a atenção. Ele é um marco do Englischer Garten, serve como um mirante para a parte sul do parque, já que fica em um ponto mais alto. De lá se consegue ver os gramadões e algumas torres do centro da cidade, como as da Frauenkirche, da Neues Rathaus e da Theatinerkirche.
Do Monopteros até a Chinesischer Turm são apenas 4 minutos de caminhada. A Torre Chinesa é um dos biergartens mais famosos de Munique e funciona de Maio a Setembro, nos meses mais quentes. Ali pode-se tomar um canecão de 1 litro de cerveja, o maß, por €7,90 (ou meio litro por €4,20) – e se a caneca é devolvida, eles ainda te dão €1 de volta –, e comer um große Brezel (um pretzel gigantão) por €4,20. Porém, mesmo quando o biergarten está fechado vale a pena passar pela torre para conhecer um dos principais pontos turísticos do parque e da cidade! Inclusive, em Dezembro, ali acontece uma Feira de Natal.
Caso não haja muito tempo, a visita pelo Englischer Garten pode terminar por aqui, bem atrás do biergarten da Chinesischer Turm há um ponto de ônibus (linhas 54, 150 e 154). Mas se ainda houver tempo, recomendo levar uma canga ou toalha, uns snacks e bebidinhas e sentar na grama. Para isso, é só escolher um lugarzinho no gramado e aproveitar! Indico o gramadão movimentado da Carl-Theodor-Wiese para ficar observando como o pessoal se diverte e com a opção de tomar um banho de rio. Mas há também uma opção mais tranquila: é só seguir adiante mais ao norte da Chinesischer Turm, lá tem um campão verde que quase ninguém vai.
Se ainda tiver sobrado fôlego, sugiro caminhar uns 15 minutos sentido norte do parque e passar o fim da tarde em um dos biergartens mais bonitinhos de Munique, na minha opinião: o Seehaus am Englischen Garten. Os valores são os mesmos da Torre Chinesa, mas esse biergarten é mais frequentado por locais.
No fim das contas, é possível conhecer o parque em somente uma manhã ou uma tarde se o tempo é limitado, visitando os pontos principais. Se for inverno, isso deve bastar e se for dezembro, parada obrigatória na feirinha de natal na Chinesicher Turm. No verão, é legal sentar na grama e aproveitar o dia com mais calma, se for possível.
Outra coisa boa do Englischer Garten é que é um atrativo de Munique que você pode encaixar facilmente no seu roteiro, já que é um local aberto. Basta escolher um dia bem bonito para visitá-lo e é certeza que será um passeio agradável. Inclusive, nos finais de semana de sol, no verão, fica praticamente impossível encontrar um lugarzinho à beira do rio, fica lotado!
Dica amiga: tem alguns banheiros espalhados pelo parque e o uso é gratuito (ou se pode deixar uma moedinha para a pessoa responsável pela limpeza, que fica na porta com um pratinho para as gorjetas). Um fica próximo à Eisbachwelle e outros dois na Chinesischer Turm, por exemplo.
Como chegar: como o parque é gigante, dependendo qual ponto você deseja visitar há diferentes meios de transporte para se chegar. Para os pontos principais: o tram 18 e o ônibus 100 param no point dos surfistas; para parar praticamente ao lado da Chinesicher Turm, pegue os ônibus 54, 150 ou 154. Os metrôs U3 e U6 cobrem praticamente toda extensão oeste do parque, com estações distantes apenas duas ou três quadras do parque. Na minha opinião, a mais interessante é a Odeonsplatz, pela qual você entra no Englischer Garten atravessando o Hofgarten.
Combine essa atração com: como é no meio da cidade, dependendo da organização do seu roteiro, você pode combinar o Englischer Garten com o Odeonsplatz, Hofgarten, Residenz Museum, Haus der Kunst, Rio Isar, Bayerisches Nationalmuseum e até as atrações do centro, como Marienplatz, Frauenkirche, etc.
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