Roteiro: 3 dias em Praga

Praga era uma das cidades que eu mais tinha vontade de conhecer aqui na Europa. Ouvi várias vezes sobre ser a cidade mais bonita da Europa e, assim, minha curiosidade só aumentava. Até que no início desse ano surgiu a oportunidade de conhecê-la.

Apesar da longa e rica história de Praga e de suas muitas construções que datam do século 10, a cidade é capital de um país novo, já que a República Tcheca foi criada somente em 1993 depois da divisão da Tchecoslováquia, entre República Tcheca e Eslováquia.

Além da vida noturna intensa, com inúmeros bares, festas e com cerveja a menos de €1 (ou a menos de 30 coroas tchecas, a moeda local), Praga tem ainda muito a oferecer nos quesitos arquitetura e história. Seu centro histórico, por exemplo, é Patrimônio Mundial da Unesco desde 1992.

Durante três dias frios e cinzas em fevereiro, mesmo hospedados em um apartamento bem no meio do agito, conseguimos fugir um pouco da agitação da capital tcheca e turistar mais tranquilamente. O apê também ficava super perto dos principais pontos turísticos, excelente para os nossos planos de fazer aquele roteiro bem básico e turistão, incluindo atrações que não dava para deixar de conhecer na cidade. Para reservá-lo, clique aqui.

DIA 1

Roteiro Praga Dia 1
Mapa do trajeto do primeiro dia.

Nossa primeira atividade em Praga foi um passeiozinho no centro histórico. Caminhamos pela Praça da Cidade Velha (em tcheco: Staroměstské náměstí) e pelas ruazinhas ao redor, como a Karlova e a Jilská. Experimentamos o delicioso e impronunciável Trdlo (em alguns lugares chamado de Trdelník), um doce tradicional, uma espécie de bolo no espeto, que você encontra por toda a cidade.

Na Praça da Cidade Velha ficam a Igreja de São Nicolau (existem duas em Praga, essa na Praça da Cidade Velha e outra no outro lado do rio na Malostranské náměstí, ou Praça da Cidade Menor, em português), a Igreja Nossa Senhora Diante de Tyn e a Prefeitura da cidade, com o famoso relógio astronômico medieval, o Orloj. As visitas às igrejas são gratuitas, mas dê uma olhada nos sites oficiais para verificar os horários, que são um pouco esquisitos. Já o relógio, infelizmente, estava todo tapado por causa de uma reforma que vai até final de Agosto de 2018. Mas mesmo com ele em reforma, ainda é possível visitar as salas históricas da prefeitura, a capela no seu interior e subir na torre do relógio.

Dali fomos a outro grande ponto turístico de Praga, talvez o mais conhecido: a Ponte Carlos. Concluída em 1402, é a mais antiga da cidade cruzando o Rio Vltava (em português: Moldava), e ligando a parte leste, onde fica o centro histórico, e a parte oeste, onde está o Castelo de Praga. A ponte é adornada com 30 estátuas de santos, sendo a mais famosa a de São João Nepomuceno, devido à tradição de passar a mão na sua parte dourada e garantir sua volta à cidade (ela é a oitava à direita sentido Castelo).

Para finalizar o dia fomos à um barzinho bom demais (tanto que voltamos lá no último dia), o Sad Man’s Tongue. Comida gostosa, cerveja barata e bom atendimento.

DIA 2

Roteiro Praga Dia 2
Mapa do trajeto do segundo dia.

O segundo dia começou atravessando a Ponte Carlos pela segunda vez rumo ao Castelo de Praga. Fizemos o Circuito B, que inclui a Catedral São Vitus, Antigo Palácio Real, Basílica de São Jorge, a Golden Lane e a Torre Daliborka (que estava fechada).

A Catedral de São Vitus é incrível, sendo a maior e mais importante igreja de Praga. Vale gastar um bom tempo nela, observando todos os detalhes: seu teto alto, os vitrais, as esculturas no seu interior, assim como o seu telhado colorido, e seu exterior grandioso. Nela aconteceram várias coroações de reis e rainhas tchecos.

A Golden Lane também é bem interessante (e fofa), um bequinho formado por casinhas minúsculas, sendo que cada uma recria e retrata a realidade de uma pessoa da época. Por exemplo, em uma há um museu de armaduras e armas, em outra a casa de um farmacêutico, em outro uma sala antiga de cinema.

De lá seguimos para o Bairro Judaico, o Josefov. Apesar de ser a atração mais cara que fizemos na cidade, o circuito do Cemitério Judeu + Sinagogas valeu a pena porque eu nunca tinha entrado em uma sinagoga antes e não sabia muito sobre as tradições do judaísmo.

Esse bairro existe, porque, assim como aconteceu em diversas outras cidades, em vários momentos da história os judeus de Praga se viram obrigados a viver isolados para se salvarem. A vida inteira deles acontecia somente dentro dos limites do bairro, inclusive, durante mais de três séculos, o único lugar onde era permitido sepultá-los era no Velho Cemitério Judeu, por isso estima-se que haja mais de 100 mil corpos lá. A quantidade de lápides é bem impactante!

Sobre as sinagogas: a Sinagoga Velha-Nova é interessante por ser uma das mais antigas do mundo ainda de pé (e por isso super valiosa), a Sinagoga Klaus e a Sinagoga Maisel mostram bastante da cultura e dos hábitos do judeus e a Sinagoga Espanhola tem a arquitetura mais impressionante e fascinante.

Depois da caminhada pelo bairro judeu, descansamos um pouco no apartamento e saímos para conhecer um pouco dos bares e pubs de Praga. Começamos pelo Beer Museum, um museu pequeno mas muito informativo, que nos surpreendeu. Ele mostra desde dados sobre o consumo de cerveja no mundo até como funciona o processo de fabricação. Você também pode experimentar grãos de malte e, no fim da visitação, tem direito à degustação, que nada mais são do que 4 canecos de tamanho normal com 4 tipos de cerveja diferentes, ou seja, muita cerveja!

Em seguida fomos ao The Irish Times Bar jantar, um pubzinho irlandês que sempre víamos lotado. Ele não é um bar barato, mas o cardápio é amplo e a comida estava bem gostosa. À procura de um lugar um pouco mais em conta, encontramos o Fat Cat, na mesma rua, com uma vibe um pouco mais descontraída. E para finalizar a noite, fomos no Cash Only Bar, um bar pequenininho e bem bacana embaixo do nosso hotel.

DIA 3

Roteiro Praga Dia 3
Mapa do trajeto do terceiro dia.

Nosso último dia em Praga começou com a visita a alguns monumentos pelas ruas de Praga, como o Monumento do Homem Pendurado (esquina das ruas Husova e Skorepka), feito pelo artista David Černý, que simboliza a incerteza dele referente ao intelectualismo do século 20. E não muito longe dali fica a obra da Cabeça de Kafka, feita pelo mesmo artista, com 11 metros de altura e 42 peças que giram e vão formando e bagunçando a cabeça do escritor.

Dali fomos à Casa Dançante (Tančící dům), um prédio de arquitetura polêmica no meio dos outros bem tradicionais de Praga, de estilos neo-barroco, neogótico e art nouveau. Ele tem esse nome, porque dizem que lembra dois dançarinos, mais especificamente Ginger e Fred, do filme de 1986. (Eu sinceramente acho difícil de reconhecer onde estão esses dançarinos, se alguém quiser me explicar fique à vontade nos comentários.) Esperava-se que o prédio se tornasse um centro cultural e, na minha humilde opinião, combinaria bastante, mas ele acabou se tornando um prédio de escritórios. Nós fomos conferir a bela vista do Rio Moldava no último andar (para isso é necessário consumir alguma coisinha no bar do terraço).

Descendo da Casa Dançante, caminhamos beirando o rio até a Legion’s Bridge, com a intenção de conhecer o Kampa Park. E foi nessa situação que aprendi que não vale a pena encaixar parques nos roteiros de dias muitos frios e sem sol: o lugar estava bem vazio e sem graça. Mas o passeio não foi em vão, já que o parque é caminho para o Muro de Lennon, um local símbolo da expressão do povo tcheco. Apesar de ter começado a ser pintado em resposta ao assassinato do ex-beatle, o Muro de Lennon com suas mensagens de paz e amor logo se tornou um lugar para o povo expressar sua insatisfação com o regime comunista. A região da Ilha de Kampa próxima ao Muro de Lennon e à Ponte Carlos também é bem charmosa e vale a pena mesmo no inverno.

Terminamos nosso passeio em Praga atravessando mais uma vez a Ponte Carlos e subindo na Old Town Bridge Tower, o que para mim foi uma das vistas mais legais da cidade, com a ponte bem embaixo e o Castelo de Praga bem em frente. A torre é um pouco apertada e estava cheia, ainda mais com o pessoal que monta o tripé lá em cima e fica ocupando os espaços com as melhores vistas por um tempão (momento revolta).

Confesso que demorei para escrever sobre minha experiência na cidade, porque custou até eu formar uma opinião sobre ela e sobre a minha visita. Praga realmente é linda, tem uma vibe super animada, que nós brasileiros adoramos, mas eu senti falta de me envolver mais com a história da cidade. Pretendo voltar lá em dias mais bonitos, sentir a cidade em uma outra estação, ver o Orloj em funcionamento e aproveitar para incluir no meu roteiro mais museus que me contem mais sobre a história da cidade. Quem aí tem dicas?

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*todas as fotos nesse post são de minha autoria, caso queira utilizá-las me avise e me referencie.

7 respostas para “Roteiro: 3 dias em Praga”.

  1. Excelente o texto, muito bem explicado. Valeu por todas as informações das culturas aí expostas.

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    1. Obrigada, Ivete! ❤

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    1. Obrigada, mãe 🙂

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  2. […] fui de Flixbus para Praga, na República Tcheca, uma viagem um pouco mais longa, 7 horas, mas que custou menos 30 euros ida e […]

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  3. Amiga procurando dicas de Praga eis que olho um blog fantástico!!!! E era seu rsrs !!!parabens

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    1. Hahahahaha! Cá, que bom que você veio parar no meu blog por acaso e gostou ❤️ Qualquer coisa fala comigo pra mais dicas 😘

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