Viajei para o Japão no final de Abril com meu marido e um casal de amigos. Todos estavam super animados, com vontade de conhecer templos, megalojas, tecnologia japonesa, bairros com prédios modernos e com placas luminosas, a cultura nerd, a culinária.
Toda a nossa expectativa foi transmitida ao roteiro que eu preparei, com muitas atrações por dia, o que nos cansou muito logo nos primeiros dias. Então a primeira dica que eu dou: antes de começar a montar seu roteiro, tome consciência de que você não vai conhecer tudo, você vai ter que deixar muita coisa de fora se quiser realmente aproveitar a sua viagem. Ainda mais considerando que você precisa se acostumar com um fuso horário de 12 horas de diferença do Brasil (ou 6h-7h se você viaja aqui da Europa).
Caso você queira verificar outras dicas básicas para uma viagem ao Japão antes de começar a montar seu roteiro, leia o post da semana passada aqui.
Decidimos que durante os 13 dias que tínhamos no país, nossas cidades-base seriam apenas Tóquio e Quioto, com um dia visitando o Monte Fuji a partir da primeira e outro dia visitando Osaka a partir da segunda.

Dia 1 – Chegando em Tóquio e a região de Akihabara
O dia de chegada em Tóquio é meio que um dia perdido, já que a viagem é longa, o fuso horário é bem diferente e você ainda tem que resolver algumas coisas na chegada, como trocar dinheiro e trocar seu voucher pelo JR Pass e pela internet móvel (leia mais sobre eles aqui).
Além disso, ainda precisa aprender como funciona o transporte da cidade, chegar no hotel e fazer check-in. Por isso, no primeiro dia, sugiro um passeio em algum lugar próximo do hotel, sem cansar muito, só sair para jantar e já sentir o clima da maior cidade do país.
No meu caso, escolhi Akihabara, a região dos games em Tóquio, que ficava a apenas uma estação do hotel onde estávamos, bem próximo à estação de Kanda. (Caso você escolha um hotel em outra região inverta os dias.)
Akihabara é famosa pela cultura nerd, pelas lojas de muitos andares que vendem artigos da cultura pop e pelos prédios cheios de jogos do tipo arcade. A graça dali é ir entrando nas lojas imensas e ir descobrindo cada andar. A verdade é que antes de ir pesquisei lojas mais legais para visitar e encontrei sugestões como Electric Town, Super Potato, Akiba Culture Zone, Radio Kaikan e Mandarake, mas chegando lá é tanta informação, uma loja colada na outra, luminosos e placas em japonês que fica bem difícil de saber se fui nessas ou em outras.
Mas faça questão de entrar em um prédio de jogos de arcade, porque são muito interessantes, divertidos e, muitas vezes até embaraçoso, já que algumas partes lembram um cassino, onde as pessoas jogam em loop com um copo de moedas ao lado e sem parecer estarem se divertindo.
Normalmente, os andares são divididos por temas e eu, particularmente, adorei visitar os andares com jogos de músicas!
Dia 2 – Day Trip Mount Fuji (Chureito Pagoda e Kawaguchiko)
Resolvi aproveitar que o fuso horário iria nos fazer acordar super cedo e já planejei uma day trip cedinho para o Monte Fuji. Para chegar lá usamos o JR Pass até Otsuki e de lá compramos um passe que dava direito a ir ao Chureito Pagoda, na estação Shimo-Yoshida, e depois seguir viagem até Kawaguchiko, a estação com o lago de mesmo nome. Em Otsuki havia um funcionário da estação auxiliando os turistas na escolha do melhor ticket.
Descendo em Shimo-Yoshida, o caminho até o Chureito Pagoda é muito bem definido por placas. Esse trajeto da estação até o início dos degraus dura entre 5 a 10 minutinhos.
E aí começa a deliciosa subida até o pagoda, a qual tem aproximadamente 1km, se você optar pelo caminho mais curto, mas o local é como um parque, com bastante árvores (inclusive cerejeiras!), o templo de Arakura Sengen no meio do caminho, além da vista maravilhosa do Monte Fuji nas costas o tempo inteiro.
O Chureito Pagoda faz parte do templo Arakura Sengen e foi construído em 1963 como um memorial à paz. O negócio é que ele oferece uma das vistas mais bonitas ao Monte Fuji, com a montanha enorme ao fundo e o pagoda e as cerejeiras em primeiro plano. Nos planejamos para ir no meio de abril, quando é a suposta época de florescimento das cerejeiras, mas claro que tudo depende do clima naquele ano. Como esse ano o calor lá começou um pouco mais cedo, as cerejeiras acabaram florescendo também mais cedo e mesmo visitando o templo no dia 20 de abril, pegamos o final da temporada das flores. Mas ainda assim, a vista foi tão maravilhosa quanto eu esperava! Ah, e claro, prepare-se para dividir o local com dezenas de turistas querendo tirar foto da concorrida vista.
De lá voltamos para a estação Shimoyoshida e partimos para o lago Kawaguchiko. Eu sugiro que assim que chegar na estação, procure uma das lojas de aluguel de bicicletas que tem ao redor da estação e já garanta uma (se possível, já alugue com antecedência). O lago é grande, de bicicleta você consegue chegar ao outro lado e ter a vista do lago com o Monte Fuji ao fundo.
Uma dica para esse dia é realmente sair cedo de Tóquio para poder chegar no Chureito Pagoda antes do meio dia, quando a vista para o Monte Fuji é melhor, já que de manhã o tempo tende a ser mais limpo, com menos nuvens.
Dia 3 – Região de Sumida e Templo Senso-ji em Asakusa (Tóquio)
O terceiro dia começa com uma visita ao Arashio-beya Sumo Stable para ver uma prática de sumô pelas janelas (cheque no site deles os horários e dias de treino). Existe a possibilidade de contatar algum centro de treinamento e assistir a prática de dentro, mas nesse caso você deve seguir uma série de regras de etiqueta para não desrespeitar os lutadores, como chegar antes e não deixar a sala até o final da prática, que dura em torno de 2 horas e meia, nem para ir ao banheiro.
Como não teríamos esse tempo, resolvemos assistir ao treinamento pelas vitrines do Arashio-beya. Ali, apesar de você ficar na rua, algumas regras também devem ser respeitadas, como não falar alto, não tirar fotos com flash e não chegar muito próximo das janelas.
Próxima parada é o Edo-Tokyo Museum, um museu incrível, dinâmico e completo sobre a era Edo e a história da formação de Tóquio. O museu oferece áudios guias em português brasileiro inclusos no valor do ingresso, de 600 ienes (aprox. 5 euros ou 22 reais).
De lá pegue o trem JR até a estação de Akihabara e de lá um metrô até a estação de Asakusa (comprar ticket para usar o metrô, 320 ienes), perto da qual fica o templo mais antigo de Tóquio, o Senso-ji, construído em 645.
Aproveite para passear na região de Asakusa, bem tradicional, ainda com a vibe de décadas passadas, já que não sofreu muito com a guerra e nem recebeu muita influência americana.

Dia 4 – Parque Ueno (Tóquio) / Nishiki Market e área de Pontocho (Quioto)
No quarto dia é hora de deixar Tóquio por um tempo e ir passar uns dias em Quioto! Tente reservar os assentos para essa viagem com pelo menos um dia de antecedência, em alguma das estações da JR que você passar nos dias anteriores. Faça a reserva em um trem, que saia de Tóquio entre 14h e 15h, já que a viagem até Quioto dura em torno de 2 horas e meia, assim ainda dá para aproveitar um pouco da capital do Japão antes de seguir para Quioto.
De manhã, vá até o Parque Ueno, um parque cheio de opções de lazer. Além de vários museus, como os museus de arte Tokyo National Museum, Tokyo Metropolitan Art Museum (entrada gratuita), The National Museum of Western Art e o National Museum of Nature and Science, você também vai encontrar templos, jardins, lago com a possibilidade de andar de pedalinho (os japoneses parecem adorar!) e, muito provavelmente, feirinhas onde você pode experimentar comida de rua.
Minha sugestão é deixar os museus pra lá e passear pelo parque, ficar um pouco ao ar livre. Depois vá até o Ameyoko Market, um mercado de rua que fica logo saindo do parque, que lembra os nossos camelódromos brasileiros. Caminhe pelo mercado até a estação de Okachimachi. Dali são três estações até a Tokyo Station, de onde sai seu Shinkansen (trem bala) para Quioto. Planeje-se para buscar suas malas no hotel e seguir para lá. Os trens são bem espaçosos, têm espaços para as malas no fim de alguns vagões, nos bagageiros em cima dos assentos ou até na sua frente, já que o espaço para as pernas é enorme!
Depois de chegar em Quioto, fazer check-in e deixar suas malas no hotel, a previsão é de já ser finzinho da tarde. Eu sugiro um passeio pela rua de Nishikikoji Dori, onde fica o Nishiki Market, um mercado com várias lojas oferecendo os mais diversos produtos culinários. O mercado em si fecha às 18h, então provavelmente você já vai pegá-lo fechando, mas a rua toda é repleta de muitas opções de restaurantes. Caminhe até a Pontocho Alley, uma área tradicional à beira de um canal, também com muitas opções de lugares para jantar.
Dia 5 – Templos Kinkakuji e Kiyomizu (Quioto)
O dia começa com a visita ao Golden Pavilion, o templo dourado Kinkakuji, construído em 1397 para ser uma vila de descanso e que foi, posteriormente, transformado em um templo. O templo foi reconstruído em 1955, depois de ter sido totalmente destruído em um incêndio criminoso cinco anos antes. Sua arquitetura é fiel à original, com as paredes do segundo e terceiro andares cobertas por folhas de ouro.
O Golden Pavilion é, de longe, o ponto alto do passeio. A construção fica dentro de um jardim com outros templos menores e várias lojinhas de souvenir, mas nada chega perto da beleza do templo dourado. A entrada custa 400 ienes, cerca de 3,30 euros ou 14,30 reais, e a atração principal já fica logo na entrada (o que acaba deixando o resto do passeio um pouco sem graça).
A próxima parada do dia é uma caminhada pelas áreas de Gion e Higashiyama até chegar no templo de Kiyomizu-dera. Minha sugestão é iniciar na rua Hanamikoji Dori, em Gion, local conhecido pela forte tradição das gueixas, apesar de ser muito difícil de vê-las na rua. Explore essa área e depois siga para Higashyiama, para surpreender-se mais um pouco com as ruelinhas históricas e cheias de templos de Quioto, até chegar no templo de Kiyomizu.
Kiyomizu-dera foi fundado em 798, mas a construção atual data de 1633. A construção principal do templo foi feita com madeira de árvores de zelkova de mais de 400 anos de idade e com uma técnica tradicional de construção japonesa que é resistente à terremotos e que não usa um sequer parafuso. A vista de lá também é linda, oferecendo uma vista de Quioto que mistura templos antigos e prédios modernos.
Dia 6 – Umeda Sky Building, Castelo de Osaka e Dotonbori (Osaka)
Devido à proximidade de Quioto a Osaka, decidimos tirar um dia para conhecer essa que é a terceira maior cidade do Japão. São aproximadamente 45 minutos de trem bala entre uma cidade e outra, o que também possibilita um bate e volta.
Ao chegar na cidade pela Osaka Station, você já está ao lado do Umeda Sky Building, um prédio de arquitetura diferente com um observatório no 39º andar. Subimos até o 36º, onde fica o caixa e a entrada para o observatório, mas a vista já era tão boa de lá que decidimos não subir até o último andar. Admiramos a cidade dali mesmo, visitamos a lojinha de souvenirs e descemos.
O próximo ponto é uma das atrações mais famosas do Japão: o Castelo de Osaka. Ele fica dentro do parque de mesmo nome, Parque do Castelo de Osaka (Osaka-jou Koen), e todo o contexto dele é incrível. O parque tem muito verde, o castelo fica no alto de um banco de terra rodeado por um fosso e ao redor do parque ficam prédios altos e modernos, o que oferece uma vista magnífica!
O Castelo de Osaka foi primeiramente construído entre 1583 e 1598, mas foi destruído várias vezes devido a guerras e incêndios, até passar por sua última restauração em 1995. A construção tem 5 andares externos e, no seu interior, são oito andares, sendo que na última restauração foram adicionados elevadores. A entrada ao interior do castelo custa 600 ienes (em torno de 5 euros ou 21,50 reais), a qual dá a possibilidade de visitar diversas exposições dentro do castelo, além de ter a vista de Osaka do 8º piso.
O dia em Osaka termina nas regiões de Amerika Mura e Dotonbori. A primeira é um bairro que recebeu muita influência americana depois que os Estados Unidos ganharam a Segunda Grande Guerra e ocuparam o Japão. O bairro é cheio de lojas de marcas conhecidos por nós ocidentais, assim como redes de fast foods e restaurantes.
Já Dotonbori é uma área com milhares de luminosos, à beira de um canal que reflete todas essas luzes. Tanto às suas margens, quanto na rua paralela, existem muitas opções de restaurantes, bares, lojas e entretenimento. Dotonbori mostra o que esperamos do Japão, sinais em neon e telas para todos os lados.
Eu realmente recomendo incluir Osaka no seu roteiro, mesmo que for para uma day trip, como foi o meu caso. A diversidade das atrações da cidade me conquistou e fez com que Osaka fosse a cidade preferida entre as que visitamos! Outra dica também é fazer sua base em Osaka e fazer bate e voltas para Quioto, já que a hospedagem lá é muito mais barata. Tudo vai depender do seu tempo e disposição de pegar o trem todos os dias por 1 hora e meia (45 min. ida + 45 min. volta).
Dia 7 – Floresta de Bambu Arashyiama (Quioto)
Como pernoitei em Osaka, a parte da manhã foi basicamente usada para a viagem de volta à Quioto. A primeira atração do dia foi já quase ao meio dia, a famosa floresta de bambus em Arashiyama. Você pode chegar lá com um trem da JR a partir da Kyoto Station ou, dependendo de onde você estiver hospedado, pegar um ônibus. A viagem dura em torno de 25 a 45 minutos, respectivamente.
Nesse dia, minha sugestão é reservar algum restaurante na região para experimentar a culinária Shojin Ryori, típica dos monges budistas, toda vegetariana. Em Arashyiama existem vários restaurantes que a servem, inclusive dentro de templos, como o Shigetsu, dentro do templo de Tenryu-ji, que fica no meio do caminho de bambus. É possível reservar pelo site (clique aqui), mas é necessário que seja com bastante antecedência.
Mesmo sem almoço reservado, é possível visitar o templo Tenryu-ji, o que eu recomendo! O jardim e o templo são lindos e, mesmo com a quantidade de pessoas no templo e na floresta de bambus, é possível dar uma acalmada do agito.
Além do templo Tenryu-ji, o caminho à beira dos bambus gigantes, margeia vários outros templos, a maioria para admirar somente pelo lado de fora. Depois de percorrer todo o caminho provavelmente você ainda terá um tempinho para passear por Arashiyama, que tem vários restaurantes, cafés e lojas de souvenirs.
Dia 8 – Aula de culinária e Fushimi Inari (Quioto)
No oitavo dia no Japão, tive uma experiência que recomendo muito! Uma das melhores coisas que você pode fazer quando viaja para um lugar diferente é contratar uma experiência: no caso do Japão pode ser uma cerimônia de chá, uma apresentação de gueixas ou, como foi o meu caso, uma aula de culinária.
Foi um jeito maravilhoso de aprender um pouco mais sobre a cultura japonesa, uma experiência que está no meu Top 3 da viagem! Fizemos a aula na Cooking Sun (é possível fazer as aulas em Quioto ou em Tóquio), que durou 3 horas e meia e custou 7.500 ienes, aproximadamente 60 euros ou 270 reais, que incluía uma aula de Bento Box (vegetariana ou não), todos os equipamentos e alimentos, além de no final você ter uma refeição deliciosa (e enorme!) que você mesmo preparou!
Para quem não sabe a Bento Box é a marmitinha dos japoneses, eles preparam diversas receitas e colocam tudo dentro de uma caixinha. Isso fez valer muito a aula, já que preparamos várias receitas diferentes, desde sushi até tempurá. Eu tinha dúvidas se conseguiria cozinhar coisas tão exóticas e que nunca tinha preparado na vida, mas minha Bento Box ficou boa demais!
De barriga cheia, fomos caminhar no templo de Fushimi Inari, a atração mais visitada do Japão em 2018, o famoso templo dos caminhos com portões alaranjados.
Antes de mais nada é importante dizer que a área faz parte de um templo shinto e o caminho de portões laranjas leva até o topo do Monte Inari, considerado sagrado. O caminho conta com mais de mil portões, que simbolizam doações ao templo. No decorrer do trajeto, você também vai reparar vários pequenos portõezinhos alaranjados, que representam doações menores.
O trajeto todo até o topo dura entre 2 a 3 horas para ser percorrido e passa por diversos templos. No entanto, a primeira meia hora de caminhada é repleta de turistas posando para fotos, mas depois de mais ou menos 1 hora, você chega na metade do caminho, onde já dá para curtir uma vista legal de Quioto e tirar fotos em um ambiente bem mais tranquilo.

Dia 9 – Higashi Honganji (Quioto) e Shibuya (Tóquio)
Dia de voltar a Tóquio! Eu recomendo fazer o mesmo que na ida à Quioto: aproveitar a cidade de manhã, pegar o trem no início da tarde e aproveitar o fim de tarde em Tóquio.
Nesse dia você pode ir conhecer o Palácio Imperial de Quioto ou o Castelo Nijo, mas, como eu disse lá no início do post, eu resolvi aceitar que não daria para conhecer tudo e resolvemos mudar os planos, fazer algo que fosse mais próximo à estação de Quioto.
E me deixei surpreender com o templo Higashi Honganji. Apesar de super central e próximo à Kyoto Station, o lugar estava vazio, com pouquíssimos visitantes. A entrada é gratuita e o templo tem várias construções, incluindo um grandioso portão, um área mais moderna com exposições e o templo principal, uma das maiores construções em madeira do mundo.
Depois de um cochilinho no trem, chegamos de volta à Tóquio! Fizemos o check-in no hotel, deixamos as malas e fomos para Shibuya, uma área comercial, com muitas lojas, prédios modernos e muito movimento de gente!
Saímos da estação de Shibuya pela saída Hachiko para ver a estátua do cachorro akita que esperava ali nessa estação seu dono voltar do trabalho, inclusive depois que ele faleceu. A história inspirou o filme com o Richard Gere, no Brasil chamado de Sempre ao Seu Lado.
E logo ali, ao lado da estátua, fica o famoso cruzamento de Shibuya, a travessia de pedestres mais movimentada do mundo. Apesar de ser a maior atração de Shibuya, o local me decepcionou um pouco. Dizem que a melhor vista é no Starbucks, que fica no segundo andar de um prédio em frente à estação. O local é pequeno, apertado e, claro, muito cheio de turistas que querem ter a melhor vista. E posso estar sendo chata, mas a quantidade de gente no cruzamento me decepcionou um pouco também.
Enfim, se eu pudesse refazer meu roteiro, teria sim ido à Shibuya, mas não teria me espremido no Starbucks. Teria aproveitado para passear pelas ruas e pelas lojas. Como Shibuya é uma área mais moderna e mais jovem, é interessante passear pelas lojas para conhecer um pouco mais do padrões de compras dos japoneses. Em lojas como a Shibuya 109, é legal notar inúmeros estilos de roupas e acessórios em 10 pisos de lojas para o público feminino (para os homens vá na 109 Men`s). Para os amantes de papelaria, as lojas Tokiu Hands e Loft são o paraíso!
Dia 10 – Chiyoda, Shinjuku e Harajuku (Tóquio)
Esse dia começa com um passeio ao Parque Chiyoda, o parque mais bonito que visitei em Tóquio. É também o maior parque da cidade e está localizado bem no centro da cidade, pertinho da Tokyo Station. Ali ficava um castelo da Era Edo, que foi destruído em um incêndio em 1873. O castelo ficava numa pequena montanha no centro do parque, onde é possível subir e ter uma bela vista do local e do centro de Tóquio.
Depois de 15 anos do incêndio, decidiu-se construir o Palácio Imperial de Tóquio no parque, onde o Imperador e a Imperatriz moram até hoje. Nós visitamos toda a parte leste do jardim imperial.
O Parque Chiyoda é aberto para visitação, exceto nas segundas e sextas. Se você estiver no Japão em época de cerejeira (abril/maio), não deixe de visitá-lo. O local é cheio delas, o que o deixa ainda mais bonito.
De tarde exploramos as regiões de Shinjuku e Harajuku, descendo na enorme estação de Shinjuku, a estação de metrô mais movimentada do mundo, e fomos andando até Harajuku, fazendo um passeio pelo parque Yoyogi para finalizar o dia.
Shinjuku e Harajuku são regiões de Tóquio com uma vibe bem descontraída e alternativa. Você vê pessoas de todos os tipos pelas ruas, muito entretenimento, lojas e restaurantes, e essa é a graça do lugar!
Em Shinjuku fica a estátua do Godzilla em cima do Hotel Gracery e o Metropolitan Government Building, caso você queira uma vista da cidade (entrada gratuita).
O Parque Yoyogi é longe de ser um dos mais bonitos que visitamos, mas ele é muito usado pela população local, o que significa que em um passeio por lá você vai ver grupos de moradores jogando conversa fora, fazendo piquenique, cantando músicas, famílias passeando com os cachorros e brincando.
No lugar de ir ao Metropolitan Government Building, você também tem a opção de ir ao Roppongi Hills, que fica ali pertinho. Você pode ir andando 30 minutos pela avenida Omote-sando, uma espécie de Champs-Elysées japonesa, e estará quase lá. Ou, se preferir, compare valores de transporte público, táxi ou Uber e vá (os últimos provavelmente valerão a pena se você estiver com pelo menos mais duas pessoas).
Dia 11 – Odaiba (Tóquio)
Um dia inteirinho para Odaiba! Apesar do cansaço dos últimos dias de viagem, Odaiba conseguiu ficar na minha lista de passeios preferidos em Tóquio. A região fica em uma ilha, onde a tecnologia é o destaque: empresas de tecnologia, prédios modernos, robôs e arte digital.
Logo ao sair da estação Daiba, é irresistível não ir ao Passeio Daiba, um parque à beira da baía com vista para a Rainbow Bridge e com uma Estátua da Liberdade. É, Odaiba também tem uma cópia menor da Estátua da Liberdade americana, também produzida na França, como comemoração para o ano da França no Japão.
Dali fomos caminhando até o National Museum of Emerging Science and Innovation, mas claro que não podíamos evitar de parar pelo caminho: para admirar o prédio da Fuji Television, a estátua gigante do Gundam e até uma Oktoberfest, que estava rolando em pleno finzinho de abril! Baita coincidência, já que moramos em Munique, terra da Oktoberfest.
O National Museum of Emerging Science and Innovation é incrível! Ótimo para ir sozinho, com amigos, com a família. O museu tem 3 andares, mas a exposição é toda interativa, com vários jogos para explicar conceitos científicos e tecnológicos. Confira também no site do museu, os horários para assistir a apresentação do robô Asimo, vale a pena! Na hora de comprar os ingressos, que custam 620 ienes (em torno de 5,10 euros ou 22,10 reais), os caixas também mostram telas com todos os horários das apresentações do dia. Reserve pelo menos umas 3 horas do seu dia para esse museu, se quiser aproveitá-lo.
Ao sair de lá, vá para o Mori Building Digital Art Museum, um museu de arte digital que você provavelmente já viu em algum vídeo ou foto nas redes sociais. Além de ser o local preferido dos instagrammers, o museu apresenta uma ideia completamente diferente de arte. As obras são interativas, grandiosas e emocionantes. Os ingressos precisam ser comprados com antecedência pela internet, pois esgotam bem rápido.
Dia 12 – Dia Livre em Tóquio
É provável que no último dia você já esteja muito cansado (ou talvez bem antes do último dia, como eu), por isso sugiro deixar o último dia livre. Assim você pode decidir revisitar uma região que gostou muito ou decidir espontaneamente por um lugar novo.
Eu voltaria na região de Shinjuku e Harajuku, e vocês?
Dia 13 – Adeus, Japão!
No último dia, não esqueça de chegar com bastante antecedência no aeroporto para ter tempo de fazer os trâmites normais do voo e devolver sua Wi-Fi Pocket!
Sobre a Tokyo Sky Tree
Além de algumas alterações que fiz aqui no meu roteiro, para apresentar aqui no blog uma versão um pouco menos cansativa da viagem, quero falar sobre a Tokyo Sky Tree. Claro que essa foi a minha experiência, em pleno anoitecer na Golden Week.
Se você fizer questão de visitar a Tokyo Sky Tree, sugiro comprar o ticket com antecedência, porque demoramos quase 3 horas na fila para comprar os ingressos. Resultado: perdemos a vista da cidade ainda de dia, tivemos somente a vista de Tóquio de noite.
A Tokyo SkyTree tem 634 metros e é a torre mais alta do mundo e a segunda estrutura mais alta do mundo, atrás do Burj Khalifa (830 metros). É possível subir até o andar 350 e ou até o 450. Compramos o ticket para o 350º, no valor de 2100 ienes (aproximadamente 17 euros ou 75 reais).
A vista lá de cima é bonita, mas sinceramente, achei um programa meio furada, muita fila, muita gente lá em cima, existem vários lugares com cenário montado para você tirar foto com os fotógrafos deles, o que dificulta ainda mais você chegar próximo à alguma janela.
Eu havia lido sobre duas outras opções de observatórios em Tóquio e, se eu fosse você, escolheria um desses outros dois: o Roppongi Hills, que encaixaria em um dia pela região de Shibuya/Harajuku, ou o Tokyo Metropolitan Government Building, com observatório gratuito, que se encaixaria em um dia de passeio por Shinjuku.
Sei que tem muitos aficionados pelo Japão por aí, quero saber de vocês dicas para melhorar o meu roteiro e o que eu não posso deixar de visitar na próxima viagem ao Japão! Me conta?
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