Melhor qualidade de vida. Mais segurança. Melhor equilíbrio entre trabalho e lazer. Melhores oportunidades para os filhos. Curiosidade em conhecer outra cultura. Sonho de morar em outro país.
Não importa o motivo, a questão é que muitos brasileiros não só almejam, como também realizam o desejo de mudar de país. Por ano, mais de 20 mil* brasileiros deixam a vida no Brasil para trás para encarar os novos desafios e as novas oportunidades de se morar em outro lugar.
Na prática, morar fora não é nenhum conto de fadas. Fatores como a segurança, boa empregabilidade e remuneração justa costumam chamar bastante a atenção, mas junto disso tudo, a vida no exterior traz os desafios de ficar longe da família, dos amigos, aprender um novo idioma e adaptar-se a uma nova cultura, só para começar.
Sem falar que não dá para negar que a mudança de país é um altíssimo investimento e, muitas vezes, um risco, já que você não tem como saber de antemão se vai se adaptar ou não.
Pensando nisso, resolvi deixar aqui os cinco primeiros passos que eu acredito serem essenciais antes que você invista muito dinheiro, mude toda a sua vida, largue seu emprego e vá embora! São conselhos para que você diminua os riscos, evitando que a mudança de país seja um “tiro no escuro”.
1) Encontre a sua motivação
Não existe razão certa ou errada para mudar de país. Cada um é motivado por algo diferente e não há motivo para julgar a motivação do coleguinha.
Mas para que você prove para você mesmo que suas razões são suficientes para dar esse passo, sugiro fazer uma lista com os motivos pelos quais você quer sair do Brasil.
O ideal, inclusive, é listar prós e contras tanto do Brasil quanto do país para onde você deseja se mudar, de forma a internalizar que nenhum país é perfeito. Pense em coisas brasileiras que você sentirá falta morando fora e o que pode se tornar um obstáculo no processo de adaptação.
Escreva! Com papel, caneta, no computador ou no celular. O importante é que você guarde essa lista e a revise conforme for seguindo os passos a seguir e até a sua mudança. Ter seus motivos claros e enumerados vai ser ótimo, inclusive, em momentos difíceis na sua nova casa em um país estrangeiro. Esses momentos cedo ou tarde virão e será bom você poder relembrar das suas razões de estar ali.
2) Pesquise sobre os países
Se você pensa em morar fora, provavelmente já tem algumas ideias de países pelos quais você sente interesse. Comece a pesquisar sobre esses países ou, se você ainda não tem candidatos, pense em questões que fariam a diferença no seu dia a dia e use esse fator para iniciar a sua pesquisa.
Pegue o idioma, por exemplo, se você sempre teve vontade de aprender francês, busque os países que o têm como língua oficial e comece daí a pesquisa. Se você não quer ter que pensar em aprender uma nova língua, pesquise países que falem o português. Se você acha que aprender o inglês ou o espanhol será mais fácil, vá fundo e faça uma lista de possibilidades nesses idiomas. Enfim, vocês entenderam a lógica né?
Outras questões importantes a serem consideradas são: distância da família e como vai ser quando você quiser vê-los ou quando eles quiserem visitar sua nova casa, considere horas de viagem, valor da passagem e até o fuso horário, que pode ser importante para você para as conversas do dia a dia.
Pense no clima, se você é alguém que não consegue viver sem praia, não adianta se mudar para a Noruega, porque nem se você morar na beira do mar, vai conseguir pegar praia frequentemente. Considere se você gosta de estações bem definidas, se você não suporta a neve, se não aguenta o calorão, e vá estreitando suas opções.
Não deixe de pesquisar também sobre a cultura dos países que estão na sua lista. Essa parte pode demorar mais e, por ser menos mensurável, pode ser mais difícil de avaliar. Temos muitos estereótipos sobre diferentes nacionalidades e isso pode atrapalhar um pouco a nossa avaliação. Por isso o conselho aqui é pesquisar muito, ouvir outras experiências, ler sobre o lugar, consumir material sobre o país de interesse o máximo que consegui.
Além de ler muitos blogs, antes de mudar eu maratonava todos os vídeos do Canal Alemanizando (melhor de todos! Sou fã!), As Matutas e O Alemão. Saudade também de quando ainda achávamos que nossos planos para o Canadá dariam certo e eu via todos os vídeos do canal Fala Maluca e zerava os artigos do blog das meninas do Viajadora.
Essa pesquisa sobre o país pode reduzir drasticamente o risco de você quebrar a cara, de chegar aqui e encontrar o inesperado, coisas que você não sabia e não consegue suportar.
E lembre-se de ir atualizando a sua lista do item 1 quando você encontrar pontos que você acha relevantes para colocar na sua listinha de prós ou contras.
3) Pesquise sobre as possibilidades de visto
Mudar para um país ilegalmente não é uma opção (não adianta vocês virem me falar que milhares de pessoas fazem isso, vocês não vão conseguir me convencer). Pense que você vai abrir mão de muita coisa no Brasil e investir MUITO em um novo país. E atenção a esse segundo ponto: quando eu falo de investimento, é sim o econômico, mas existe também todo um investimento de energia que deve ser levado em consideração.
O custo de mudar de país é grande, muita gente precisa se virar nos 30 para dar conta da vida nos primeiros anos morando fora. E aí você imagina fazer todo esse esforço, trabalhar, começar a conquistar seus primeiros bens no seu novo país e de repente tudo isso escorre pelo ralo quando você é deportado por ser descoberto ilegal.
Ou imagina o medo de precisar de cuidados médicos, mas você não poder ir ao hospital com medo de descobrirem sua situação? E isso se estende a várias outras situações: se alguém te rouba, te assalta, te espanca ou te abusa de qualquer forma, você está à mercê de ser descoberto indo à polícia e perder o que conquistou na ilegalidade.
Além disso, você fica impossibilitado de viajar, inclusive de voltar ao Brasil para visitar a família, porque provavelmente não vão te deixar voltar assim que descobrirem que você estava ilegal ali por algum tempo.
Existem muitos motivos pelos quais a vida ilegal no exterior é uma péssima ideia, mas só essas duas questões me trazem uma sensação de falta de liberdade que invalidam totalmente essa questão para mim.
E afinal, existem inúmeras oportunidades de vistos em vários países, tanto para estudo como para trabalho, é só pesquisar e se organizar.
Essas informações nem sempre estão claramente expostas nos sites dos Consulados, mas esse é o lugar onde você vai receber as informações mais confiáveis. Outra ideia é ver o exemplo de outras pessoas que já mudaram do seu país para o país que está no seu plano. Você pode consumir o conteúdo dessas pessoas na internet ou até entrar em contato, colocando suas dúvidas.
O importante é você sempre procurar conferir as informações dadas por alguém em alguma fonte oficial do governo do país. Assim que você conseguir encontrar tipos de visto que se encaixam no seu perfil, procure informações oficiais!
Se você não está muito certo quanto à adaptação em um novo país, uma ideia é pesquisar intercâmbios e cursos no exterior para que você possa ter uma prova de como é a vida lá. Se você gostar e decidir ficar, pode voltar ao Brasil e se organizar para a mudança definitiva ou até verificar a possibilidade de alteração do visto já estando no país.
4) Faça um planejamento financeiro (e comece a economizar!)
Mudar de país é caro. Ninguém está mentindo para você dizendo que não é. Assim como comprar uma casa, um apartamento, ter um filho ou até mesmo mudar-se dentro do Brasil, mudar para outro país exige planejamento financeiro. São raras as pessoas que têm estrutura financeira para fazer isso de uma hora para a outra.
Então, mais uma vez, pesquise! Aqui o ideal é você listar dois tipos de gastos: os gastos para a mudança, como custos com os documentos para o visto, passagens aéreas, aluguel de um apartamento temporário quando chegar, mudança para um novo apartamento, aluguel, caução de alguns meses nesse novo local e móveis. Além disso, busque saber sobre o custo de vida e enumere quais seriam seus gastos mensais no novo país: aluguel, supermercado e mensalidade de cursos de idiomas, por exemplo. Nesse post aqui você encontra a relação de gastos para uma pessoa, um casal e um casal com filhos aqui em Munique.
Se você está mudando com mais alguém, parceiro e/ou filhos, provavelmente esses custos recairão pela única pessoa que terá um emprego garantido, então essa pesquisa também será importante na hora de você negociar e aceitar uma oferta de emprego.
5) Estude o idioma
A adaptação no novo país pode se prolongar mais quando você não sabe o idioma. Não consigo nem descrever o tempo que levava no supermercado no início da minha vida aqui na Alemanha tentando decifrar embalagens e rótulos para comprar o que eu buscava. E isso é um exemplo simples.
Para fazer amigos, para resolver burocracias, para trabalhar e estudar. Tudo isso você consegue fazer sem falar o idioma, tudo bem, você se vira, a gente sempre se vira. Mas se você já chega com alguma noção do idioma, acredite, a vida fica muito mais fácil.
Se um curso do idioma é caro onde você mora agora, procure professores via Skype ou cursos online gratuitos, . Hoje em dia tem tudo disponível na internet, não há desculpa.
Então o meu conselho é: se você está no período de planejamento, se a sua mudança não te pegou de surpresa, estude o idioma!
A chave para mudar de país é autoconhecimento e muita pesquisa. Não idealizem o novo país, tenha consciência que a vida em lugar nenhum é perfeita. Não é no Brasil e não será na Alemanha ou nos Estados Unidos.
E lembre-se sempre: sua casa é onde seu coração está. Se você se sentir infeliz e algo por algum motivo não der certo, existe sim sempre a possibilidade de pegar um avião de volta e voltar para onde você se sente bem (e ainda com a bagagem de uma experiência vivendo fora do país)!
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