5 coisas que aprendi trabalhando na Alemanha

Muito bom poder morar e trabalhar na Alemanha, né? Nem sempre! Sempre reforço que existem muitos pontos positivos, mas também muitas dificuldades e desafios na vida em outra cultura, em outro país. Passar por essas dificuldades é muito difícil, mas nos proporcionam crescimento pessoal e desenvolvimento profissional. Além de ser muito interessante de vivenciar, e ser inspirador! 

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Até hoje, 3 anos e meio depois de me mudar para a Alemanha, considero que meu maior desafio aqui foi o fato de começar a trabalhar em alemão, com pessoas de culturas diferentes. 

O que eu aprendi mostra também muito sobre a cultura de trabalho aqui na Alemanha, por isso, resolvi listar aqui 5 coisas que aprendi nesses 3 anos trabalhando no mercado de trabalho alemão.

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1) Trabalho é trabalho. Lazer é lazer.

Você provavelmente já ouviu alguém dizer que na Alemanha o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é muito bem respeitado. Eu acredito que isso é uma consequência da cultura de que hora de trabalho é hora de trabalho e hora de lazer é hora de lazer.

Durante o tempo no ambiente de trabalho, você não enrola, não mexe no celular, não faz compras online, não faz pesquisa para as suas férias, não fica conversando com o crush. É claro que existem exceções e eu estou falando aqui do que eu aprendi, ou seja, sobre a minha experiência, mas vejo que, no geral, o ambiente de trabalho alemão exige que o funcionário seja mais produtivo do que o ambiente de trabalho no Brasil.

Considero isso muito bom, porque você acaba dividindo muito bem quando é hora de trabalhar e quando você pode desligar do trabalho e curtir seu momento de lazer, aproveitar sua família, seus amigos. Assim como na hora de trabalhar somos mais exigidos, também os horários de lazer são mais respeitados.

2) Apreciar feedbacks diretos

“Alemão é meio grosseiro, né?” Essa é uma diferença cultural bem grande entre o Brasil e Alemanha e, muitas vezes, mal interpretada. Enquanto o brasileiro se expressa fazendo rodeios para não chatear o outro, o alemão vai direto ao ponto.

Isso pode acontecer também no ambiente de trabalho. Eu recebi muitos feedbacks diretos e sincerões de colegas de trabalho, que no começo não aceitava bem, ficava chateada. Com o tempo, aprendi que essas pessoas que falam diretamente para você o que você precisa melhorar e o que não está bom, são os colegas que estão torcendo para que você se desenvolva como profissional e veem isso até como uma ajuda para a sua carreira.

Mas é claro, existe uma maneira de se expressar. Aprender a identificar um colega sendo invejoso, grosseiro e mal educado de um colega sendo direto e torcendo pela sua evolução, é também outra habilidade que aprendi, estando envolvida na cultura alemã todos os dias.

3) Fazer perguntas

No Brasil também temos a máxima de que “Não existe pergunta boba”, mas você sente que, durante a sua vida, foi incentivado a questionar?

Considero isso muito interessante na cultura alemã: a quantidade de perguntas que um alemão faz. Confesso que, às vezes, vindo de uma cultura desacostumada a perguntar e ouvir outros pontos de vista, é até um pouco irritante. Para mim, foi preciso entender como esse processo de questionamento é importante e dedicar mais tempo para todas as minhas atividades, tentando pensar em possibilidades e dúvidas.

Além disso, acredito que você, assim como eu, também tem a ideia de que perguntar pode incomodar o outro, pode atrasar a reunião, pode atrapalhar a aula, pode delongar o treinamento. Mas eu sinto que fazer perguntas faz bastante parte da cultura, eles já têm a expectativa que você pergunte, e até planejam o tempo das atividades contando isso (porque afinal de contas, são alemães, né?)

É um exercício, uma prática, e ainda falta muito para que eu esteja integrada nesse sentido. Eu sempre tive a ideia de que fazer perguntas incomodava o outro e acabava evitando questionamentos. Feliz que encontrei a cultura alemã para mudar essa visão na minha cabeça.

4) Não me justificar o tempo inteiro

Imagine a seguinte situação: no Brasil, você torce o pé jogando futebol, vai no médico, ele te entrega um atestado de 3 dias. Você encaminha o atestado para o RH do seu trabalho e escreve somente: “Estou de atestado nos próximos 3 dias, segue o atestado em anexo.” Depois dos 3 dias você volta ao trabalho e ninguém pergunta mais nada, você nunca mais fala sobre isso.

Isso é uma situação inimaginável no Brasil, onde saímos contando da nossa vida para todo mundo, mas aqui na Alemanha esse caso é comum no dia a dia.

No seu trabalho, você não pode ser questionado sobre o que você tinha, o que aconteceu, como você ficou doente, etc. E essa regra é muito bem respeitada. A não ser que você tenha um colega de trabalho mais próximo, ninguém vai te perguntar o que aconteceu.

E acreditem, isso é muito difícil quando você é o doente e você vem de uma cultura de se justificar e contar tudo. Quando fico em casa doente, me sinto mal, acabava enviando mensagem para o empregador contando o que eu tenho, todos os meus sintomas, como eu me sinto mal de não poder ir trabalhar e, às vezes, ainda oferecia ajuda em alguma coisa mesmo estando em casa.

Com o tempo, fui aprendendo a respeitar meu corpo, minhas doenças, minhas situações particulares, e isso vem se tornando a cada dia menos sofrido. A relação com a empresa é profissional e, além disso, eu preciso dar somente as informações necessárias para manter essa relação.

5) Dizer não

Lembra do fato de os alemães serem diretos, sinceros e não terem medo nem vergonha de fazer perguntas, certo? Isso pode, em muitos casos, levar você a gastar muito do seu tempo esclarecendo dúvidas e auxiliando seus colegas. Eles também conseguem facilmente te passar tarefas e pedir ajuda, até você se sentir sobrecarregado e começar a não dar conta do seu próprio trabalho.

Da mesma forma que eu aprendi a aceitar feedbacks e apreciar os questionamentos, também precisei aprender a ser direta, estabelecer meus limites e deixá-los bem claros. Inclusive, esse foi meu maior aprendizado até agora aqui na Alemanha. No início, eu tinha medo de acharem que não sou solícita, que não penso no time, que não estou disposta a ajudar. Hoje eu já vejo claramente como me expressar sobre meus limites ajuda ainda mais a empresa, além de preservar meu próprio bem-estar e saúde mental.

E agora quero saber de você: o que achou dos meus aprendizados? Já tinha aprendido tudo isso no Brasil ou acha que a Alemanha pode te ajudar a crescer nesses pontos? O que mais você aprendeu? Deixa aí nos comentários.

Abraços,
Carol

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2 respostas para “5 coisas que aprendi trabalhando na Alemanha”.

  1. O seu relato está perfeito. É bem assim mesmo. Acho que todo os brasileiros deveriam aprender com os alemães esses quesitos 😂 Eu já era meio prática e objetiva no Brasil e aqui na Alemanha aprendi a ser muito mais. Será que vou me adaptar se voltar pro mercado de trabalho brasileiro? 🤔😆

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    1. Obrigada pelo comentário, Cristine 🙂

      Acho que nos adaptaríamos, sim. Esses aprendizados são super válidos pra vida! Eu vejo que se eu soubesse dessas coisas na época que trabalhava no Brasil, teria me ajudado muito.

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